domingo, 27 de novembro de 2011

Armagedom I

  O tempo corre em efeito dominó e cada peça que beija o chão não pode mais ser levantada. Tudo ocorre na exata ordem do jogador. E as peças desse xadrez não entendem nada, mas no final haverá um xeque-mate. Há sangue nos dados; jogamos roleta russa.
  Tudo para proteger o rei; seremos todos mortos por um rei. Sacrifiquem a rainha! Sacrifique-a! Proteja o rei, dizia ele, proteja o rei. O fim de tudo é a morte, somos apenas o ponto de diversão. E nestas cartas o coringa já foi usado para salvar o rei.
  Nosso sangue, apenas isso. Querem ver nossa dor, elas gostam de nos ver chorar. Nós escravizamos animais e nem percebemos que apenas repetíamos o sistema. Somos a base da pirâmide, todo peso está apoiado em nós.
  Fomos condenados no nascimento, não pedimos para nascer. Para de reproduzir, meretrizes! Vocês só estão prolongando o espetáculo. Vamos, acabem com isso. Matem-nos logo!
  Arco-íris no céu nos mostram como somos pequenos. Você não pode voar, não pode controlar sua vida, não pode ver o infinito; cale a boca. Tentaram nos avisar, mas a incontinência nos ensurdeceu. Somos apenas a ponte entre o sublime e a sujeira.
  As fotos mentem tanto como nossa boca. Não acredite no que seus olhos mostram, é maior do que você pode ver. Calem os ouvido, não sigam o coração, não deixe a razão falar. Apenas feche os olhos e deixe a morte te encontrar.
  Não tenha medo da dor. Eles não começaram a nos torturar ainda. Nenhum remédio vai restaurar seu coração. Arranque-o e seja como eles, ou sofra conosco.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Estou bêbada

  É uma nostalgia de felicidade, talvez um pouco mais que isso. Ela contagia e incomoda. Estamos rindo alto das suas caras de bundas mal lavadas.
  Se não tem graça, por que eu estou rindo como se estivesse bêbada? Não me chame de doente, não é necessário falar coisas explícitas. Mas eu vou fazer meu veneno tomar toda sua alma séria e sem cor.
  Deixe essa música tocada em silêncio dominar seus pensamentos. Faça meus sussurros serem como uma voz que alcança todo horizonte. Você é capaz de entender?
  Esse cheiro de açúcar no sal me faz desistir sem nem tentar. Eu não vou mudar, pois é isso que me diferencia de você. Eu não quero ser como vocês. Me chame de insana, mas não diga que somos iguais. Tenho medo de ser gente doente e cega da mente.
  Eu não me sinto diferente, mas pelos olharem enojados eu sei que devo ser estranha. Eu vou ignorar, porque estou ocupada demais rindo de tudo isso.
  Acho que seus sensos de normalidade matam toda a diversão... Esse diabo de ética me faz até ficar séria. Mas por que o ser humano cria tantas regras? Nunca vão deixar de serem animais numa selva de tijolos e vidros. Um dia a postura e a imbecilidade humana morrerão, eu creio.
  E esses valores autoritário!? Fazem um animal ser maior que o outro. Aonde os títulos nos levaram? nos levarão? A paz virá da igualdade. Podem entender o que a imoral fala ou terei que morrer para me ouvirem?

domingo, 13 de novembro de 2011

Palavras

  É especial para mim, mas é só para mim. Eu não vou te contar, pois sei que você não vê como eu. Seria egoísmo demais se eu pedisse para você ser igual aos meus sonhos. Não importa qual seja o meu desejo, eu não quero que ele se realize dessa forma.
  Às vezes o céu troca de cor, é quando eu tenho certeza de que o impossível é só mais uma palavra sem sentido para mim. Com três passos tornaríamos tudo irreal, você só precisa acreditar. Eu te amarei para sempre, não importa o que aconteça.
  A pergunta agora é sobre o quanto você me ama. Seus atos não me dão certeza de nada. Você pode ler minha mente todos os dias, mas eu não sei mais nada sobre você.
  Eu procuro um caminho, apenas não quero errar. O tempo anda mais rápido que minha mente. Acho que vou gritar o seu nome para os sete ventos ouvirem e depois me matar. Não sei, mas sei lá.
  Isso é ridículo, mas o que não é ridículo nesse mundo? Eu gosto de imaginar que você está aqui comigo. E gosto de ver as reações no seu rosto. Eu me lembro das suas mãos, do jeito estranho que você a mexia. Eu não posso te obrigar a nada, só posso te dar motivos.
  Espero estar fazendo a escolha certa. Mas mesmo que não esteja, acho que vale a pena.

Incertezas

  Você faz as palavras de ódios tomarem vida. E sua voz controla todos os meus movimentos, me sinto mais uma marionete sua. Onde eu vá você está lá, não importa o quão longe seja. Me cansei de andar para você.
  Nós olhamos futuro e não vimos nada. Já sabemos que vamos morrer, você só está adiando isso. Você sabe que eu desejo a morte, porque é o único jeito de me livrar de você. Mas eu não tenho tanta certeza disso.
  Não importa quem está certo, os dois estarão errados no final. Eu ando sobre um terremoto como se nada estivesse acontecendo, e você grita para todos os lados que o amanhã é tão incerto quanto nossas palavras.
  Mais uma noite, nós sobrevivemos. Por mais que eu ache que esse pensamento é seu, e, você só está em minha mente novamente. Vamos prolongar isso para parecer seguro aos estranhos.
  As memórias nem são tão ruins comparadas ao que nos aguarda. Obrigada por esse dia, obrigada por esses sentimentos fingidos. Eu te mandaria para o inferno, mas acho que vou precisar de você outra vez.
  O quão doce isso pode parecer? É doce, mas é veneno. Olhe para o passado e me diga se não era igual a hoje, só que fingíamos felicidade? Estamos preso no mesmo lugar no tempo, só mudamos as roupas todos os dias.
  Qual será o meu próximo movimento? Faz tempo que você não mexe em minhas cordas, está ficando entediado aqui. E sua voz já me irrita, posso ouvi-la a quilômetros.
  Estou esperando alguém cortar esses fios. Apenas mais uma noite, apenas mais uma noite. Você será o único pensamento distante. Só faça essa noite inesquecível e amanhã estaremos mortos para o mundo. Mais uma vez, faça como nunca fez.

sábado, 12 de novembro de 2011

Os leões

  Tenho procurado inspiração na chuva, e desde que pretendi observá-la, ela cessou. Olhei os pingos caírem no chão, os últimos. Então vi o sol brilhar com toda sua força num horizonte distante, e, tive medo. Não senti seu calor, mas sabia que ele estava lá.
  Observei que não havia mais nada onde eu estava, mais nada que tivesse algum valor. Olhei a dispensa e estava tão vazia quanto meu coração. Então sai para caçar algo para o jantar, e tive medo; morri de fome na selva, observei os leões me devorarem sem me mexer. A dor para de incomodar com o tempo.
  Agora sou um espirito livre e sem fome. Mas meu mundo continua vazio. Vaguei por cima de toda humanidade e vi que todos estavam vazios e passavam fome. Tentei avisá-los dos leões que habitavam por ali, mas estavam todos presos em suas máquinas de diversão. Eu vi todos escravos, e ninguém conseguia ver que estavam vazios.
  Então flutuei por corpos sem vidas. E já não havia ninguém. E seus espíritos estavam mortos também, as máquinas tinham os devorados enquanto faziam os corpos sorrirem. Eu estava morta, mas era a única coisa viva ali. Procurei algo para preencher me, em vão.
  Depois de anos vi uma criança pequena que brincava com os predadores. Corri para avisá-la que poderia morrer, mas os leões eram seus amigos e eles me chamaram para a ceia. Estavam calmos e serenos, já não havia mais humanos para infernizá-los. Por anos eles foram minha família.
  Todos morreram, aos poucos. E apenas a criança, agora adulta, estava comigo. E depois que ela se tornou como eu, fomos para longe. Subimos por todas as montanhas e vimos os mares... Mas ela quis partir também.
  E já estava só, mas nunca mais estive vazia. Eu vi a Terra ser destruída sozinha. E fiquei num imenso vácuo por dias, até que resolvi partir também. Estava com muito medo do que encontraria. Olhei para trás e me despedi da escuridão, então fui ao desconhecido.
  Cheguei lá e vi uma bela imensidão quase desabitada. Juntei me aos que podia ver. Fechei meus olhos e senti falta de minha casa. Chorei ao lembrar que queria ter salvado a todos e ao lembrar dos outros sonhos que nunca realizei. Nunca me senti em casa ali. Mas o ar era leve e tinha leões calmos comigo...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Foda-se você, baby

  HAHAHA. Ri bastante hoje, palhaço. Amanhã te faço comer minhas cinzas. Eu enfiaria uma espada em sua garganta, mas teria que fazer uma e meu ódio dura muito pouco para isso. Por isso vou lhe matar com os destroços que você deixou.
  Vou usar um pouco da paz que pude guardar. Mas o estoque é pouco, então não me faça perder a paciência. Depois que não houver mais remédios para minha loucura, eu vou te fazer chorar sangue!
 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Saudades

   Sinto falta daquele sorriso que se abria ao me ver. Sinto saudade da cara que se fazia de séria quando eu dizia oi. Sinto falta de não poder desvendar o caminho daqueles dedos. Sinto muito mais falta daquela cara de malícia que fazia o tempo parar. Sinto saudade de poder causar ciúmes e depois fazer ter certeza de que jamais ousaria fazer um ato que dizia.
  Dói lembrar que fui feliz e que agora eu só me engano. E que as melhores lembrança não tem quase nenhuma possibilidade de serem revividas. Depois que se conhece o céu qualquer coisa que for menos que isso é um inferno.
  Pior é saber que as palavras não ditas fariam a diferença. Desejo voltar ao passado todos os dias. Não importa se o futuro é incerto e pode ser melhor, eu não me importo.
  As consequências eu finjo que desconheço e não faço questão de policiamento. Só preciso de um voto de confiança e sei que posso.
  Irei sabendo que se mudar o amanhã a minha dor será de outro coração partido, e que não pretendo ser a sua cura. Chamem de egoísmo ou do que quiserem, eu só estou olhando para mim agora porque me arrependi de me importar ontem. Todos sabem que não desistirei até ter o que quero ou até não querer mais.

sábado, 5 de novembro de 2011

Insônia II

  Eu não sei o que você guarda de mim. Desconheço também seus passos, eu só posso observar o vento fazendo o seu caminho.
  Agora que estou longe de tudo que posso chamar de casa, essa nostalgia comanda minha mente. O ar daqui é mais pesado sem você. Mas às vezes a chuva cai, a neblina vai embora, então eu posso olhar o sol por alguns instantes.
  Já não temo mais nada. Depois que se cai de cara no chão e quebra todos os osso, a adrenalina parece não existir.
  Todo dia é igual. As mesma palavras me trazem a mesma vontade de fugir daqui. Eu perdi a graça na vida, mas me disseram que suicidas vão para o inferno; então é melhor eu esperar. Não posso te mostrar minhas fraquezas, você nunca me viu chorar...
  Fico acordada até tarde, porque de madrugada os fantasmas não me perseguem. Isso só me faz pensar que todas as horas que estou mais longe de você, toda hora que você não me persegue, os fantasmas me rodeiam; pois sabem que sem você eu me sinto fraca e não vejo motivo para lutar.
  Me faça ser maravilhosa, eu quero voltar a ser tudo que você nunca provou que eu fui. Seus defeito me seduzem, as perfeições não tem graça.
  Eu não digo nada que tenha sentido. Meus amigos nunca me entenderam. Eu me tornei pior do que podia ser. Todo elogio é uma ofensa. Nenhuma boca, exceto a sua, me diz a verdade. Eu ouço sua voz às vezes. Quando estou com medo eu procuro você. E minhas verdades parecem não ter importância para você.
  Eu crio um nosso futuro alternativo, algo que não vai acontecer. Eu não tenho mais fé. Eu não sei se te quero ver feliz ou se quero te ver ao meu lado.
  Já não me importo com pensamentos algum. Tudo o que eu quero me importar é com você.  Te faço de personagem irreal, eu não quero me lembrar do que foi real. Eu não me importo em fingir que está tudo bem, às vezes o coração esquece de nos trazer de volta à esse mundo doentio.

O tempo

  E disseram que o tempo cura tudo, mas há doenças que a vida não achou a cura. E a única coisa que o tempo ensinou é que é possível fingir tanto que chegamos a não se importar mais...
  O medo nos sucumbi a todo momento e os sorrisos falso passam a ter alegria fingida. Então olhamos para dentro e vemos que o tempo criou buracos que nos deixaram vazios. Procuramos qualquer coisa que preencha isso, tomamos medidas precipitadas e às vezes pagamos eternamente por isso. E então, entre o buraco temos uma corrente que nos força a sorrir para a dor.
  Seus amigos te chamam de experiente, porque você sabe quais estradas não pegar. Mas você faria de tudo para que fosse muito tolo e sua vida fosse como era antes de ser estraçalhado.  Porém você não controla o maldito tempo, e sua vida continuará a ser isso.
  Se conforma, até que para de lutar contra esse câncer e deixa que tudo te engula. E quando você acha que irá partir, algo extraordinário acontece. É maior do que você pode segurar. Você então, agarra  à  isso e não quer que se vá.
  Depois de um tempo perde-se a cor. Então você se enjoa, ou seus olhos nunca mais brilham pra isso. Talvez isso crie um vazio maior, ou morra te deixando morto. A solução se torna um problema e você volta ao lixo que sua vida era.
  As pessoas perdem a graça depois de um tempo. O ruim do ser humano é que ele se adapta para sobreviver, e isso faz a emoção ir embora. A monotonia é a lei, e nada mais é florescente. Há exceções! Há pessoas que para sempre brilham para você, mas geralmente são elas que você não pode tocar, ou que não querem que você as toque.
  Se um dia achar um brilho eterno, ou que pareça eterno; faça o favor de não deixar que fuja de você. Pessoas assim são raras. Mas se não te pertencer deixe que esse brilho encontre sua fonte. Que um dia você encontra a sua.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Receita de bolo pra encontrar Alma Gêmea

Cuspa na sua beleza,
engrosse sua fineza,
quebre a banca, vire a mesa,
não se preocupe com nada;
ignore quem te chama,
vista aquele seu pijama,
se jogue num rio de lama
e saia para noitada!

Seja guenzo ou baranga,
finja que tudo lhe zanga,
se for rir faça moganga,
desconjure a simpatia;
use um cinto de barbante,
não use desodorante,
e seja mais irritante
que aquela sua tia!

Agora espere que alguém,
que não seja assim também,
traceje lhe querer bem
e então já podes mudar,
pois nosso Eu pra valer,
mesmo se a gente esconder,
o mundo pode não ver,
mas o amor vai enxergar!



João Pessoa, 13/04/2010




- Amei! Muito bom...

Começar

  Feliz 1º de novembro!

   Aproveitando o embalo de começo de mês e semi-fim de ano, vou falar sobre começo e como as pessoas começam as coisas. Mas antes... Ah, sei lá. Vou começar logo:
   Muita gente (praticamente todo mundo) espera para começar ou retomar as coisas em dias específicos... Como segunda ou começo de mês ou ano. Eu só queria perguntar à esse povo: qual é o seu problema?
  Por que esperar para começar algo? Se fosse alguma coisa que precisasse esperar, como se precisasse comprar algo para isso, ou sei lá. Mas geralmente são coisas que nada impede de começar no exato momento, como um regime.
  O que me irrita de verdade não é o fato das pessoas começarem algo com dia marcado, mas nunca começar. Eu sempre vejo pessoas marcando e adiando. O tempo todo.
  Como as famosas promessas de fim de ano. Eu nunca vi ninguém cumprir nada. Eu nem prometo mais nada, sei que nenhuma promessa de fim de ano vai me fazer com que eu mude.
  Quem consegue honrar suas promessas de data marcada merece um prêmio. Talvez seja apenas com pessoas do meu convívio... Ou apenas nunca funciones para mim. A única coisa que tem dado certo para mim foi ver o que eu tinha que fazer, sem marcar data.Eu não funciono com prazos.
  Mesmo assim, ainda acho imbecil marcar data para mudar sua vida. Se algo te incomoda, comece a mudar a partir de agora. Ou não. Sei lá. Faça qualquer coisa que dê certo para você.