Solte a minha mão
Me deixe me afogar
Me empurre para que eu bata a cabeça
Veja meu sangue imacular a água
Como um vírus se espalhando
Consumindo a transparência
Em um ataque de ferro e fogo
Deixe eu admirar seus olhos enquanto caio
Vê-los ficarem turvos e fantasmagórico
Enquanto a água me engole
Enquanto a minha mão disturba inutilmente o ar
Se agarrando em ilusões e miragens
O líquido me consume
Invadindo meus pulmões desesperados
Me fazendo queimar no frio
O animal em mim procurando qualquer saída
Enquanto minha mente coloca pedras nos bolsos
Sua silhueta disformada dança com as luzes da noite
O silêncio grita em meus ouvidos
A lágrima, o sangue e a água
Não se pode separar
Minha essência se dissolve na tristeza