Que trancava coisas que eu não queria abrir
Um bela porta
Com enfeites
Uma maçaneta ornamentada
Ótima madeira
Eu ainda tinha esperanças
De que portas fossem como janelas
Mas aquela bendita porta
Continuava a me levar para onde eu não queria ir
E toda a vez que eu a abria
Esperava me surpreender
Mas ela ainda guardava paredes monótonas
Às vezes eu gostava de olhá-la
Parecia guardar os mais belos segredos
Talvez uma passagem para um mundo secreto
Ou um quarto misterioso
Havia dias que eu podia jurar que ali dormia criaturas fantásticas,
O fantasma de um rei, um anel mágico, talvez um pássaro falante...
Mas toda a vez
Em que eu abria aquela merda de porta
Eu só enxergava paredes monótonas
Nem um maldito quadro, ou um pouco de poeira
Era só um porta
Bela porta
Que dava para o nada