Transbordo.
Crio música com restos do meu corpo.
Isso afeta cada cor que vemos.
O som ilude tão suavemente.
Periodicamente.
Como o som que você conhece.
Você sabe o que virá depois, mas ainda se surpreende.
Como ver as paisagens das fotos.
Descascando.
E unindo-se.
Como a água,
Sem forma.
Hemorragicamente.
Suas cores se esvão.
Preenchem o vazio,
E morrem.
Abafado.
No útero
Tão calmo e quente.
O silêncio do sono de sua mãe.
Esquisito.
Quase como respirar pela primeira vez.
Quase como parar de respirar pela primeira vez.
Bom, como voltar a respirar.
Naturalmente.
Como desenhar nas paredes.
Sem medo.
Sem barulho além das cores.
Rápido.
Correndo.
Escorre.
Transborda.
Mata.
Espectativamente.
Como gatos olhando para o vazio.
Seus olhos dançam nas paredes sem quadros.
E.
Se quebra o silêncio,
Se enche de ar.
Escorre vazios,
Despreenchidos.
Formando.
Cores e segredos.
Que só você vê.
Ovos.
Bem fechados.
E olhos curiosos.
Muco entre os dedos, sem nojo.
E morre.
Como se nunca tivesse existido.
Só isso.
Mais nada.