quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Coisas de mim

  Estou colocando o dedo em minhas feridas, só pra ver o quão funda eu sou. É pior do que você imagina, do que você quer ver. Eu não quero admitir, como vou falar que sofro vendo as pessoas tendo um motivo pra chorar? Como alguém racional me entenderia? Sou fraca. Digo novamente; sou fraca!
  Eu olho minhas sobras nos meus prantos, nos meus sonhos. Tudo o que eu amo nunca será só meu. Eu sou egoísta, e, isso dói.

Falo com o vento.
Espero que ele seja Deus
Meu escudo quebrado
Meus pés cansados

Eu posso desistir?
Isso já minha desistência.!?
Eu queria ter um motivo para poder sentar e chorar
Sem que nenhum filho da puta venha me consolar

Eu quero que alguém me entenda,
Porque possa me ver
Porque possa me sentir
Eu quero falar com alguém profundo como minhas feridas.

Mas nem eu me olho no espelho
Nem eu mesma desejo enxergar meu eu


  Eu quero fugir da dor. Eu quero voltar à inconsciência do útero, à tranquilidade da inexistência. Porque viver dói.



Eu queria causar em você
a mesma dor que você me causa.
Eu queria matar com a mesma faca cega e sem ponta.

Mas eu não posso gritar
Eu só queria ir embora de você
Só as vezes
Só quando você me mata.

Eu me tampo, me fecho.
Me guardo.
Porque eu não me encaixo,
Aqui ou em qualquer lugar.

Não grito, não corro, não mato.
Sou uma mocinha civilizada.
Eu só sento e sorrio.
Porque eu não me encaixo em vocês.


Vai embora, então.
Se quer ir vá!
Eu me cansei de gaiolas imaginárias!!!
Se nunca vou te cativar, você não é meu escravo.

Devo ser simpática agora?
Boa noite, meus queridos, durmam para o inferno!
Porque eu quero que vocês queime pela eternidade!
Mas eu sou menina boa, só rio.

Ficou aqui pelos pães apenas.
Depois que se saciou foi embora.
E eu aqui sentada fingindo que gostei.
Porque sou menina educada.

Mas tudo bem, para todo mundo.
Vou ficar aqui servindo vocês.
Ficar aqui rindo,
Porque eu nem posso sofrer.