quinta-feira, 28 de julho de 2016

Amor prórpio

Você sempre vai me ter
Como uma cadela
Que espera qualquer pedaço de carne
Ser jogado no chão

Só estale os dedos e eu voltarei
Correndo e sorrindo
Como uma boa cadela
Sem nem pensar


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Sussurro oprimido

Eu só queria fugir de você
Mas ao invés disso 
Eu fico aqui parada
Olhando você me corromper

Continuo procurando o conforto
Nos seus espinhos venenosos
Não consigo evaporar me
As paredes do seu corpo são muito densas

Cavo me nessa solidão compartilhada
Morrendo todo dia nos seus lábios
Quando abro os olhos eu desejo ver outro rosto
Então sorrio falsamente

E os seus olhos
Tão demoníacos
Me prendem
Com cordas feitas de minhas veias

Atuo tanto que já não há personagem

Você é só uma ponte para o nada

Tire suas mãos de meu rosto

Você respira quadros de exposição

Eu sou o piano de decoração da sua sala
Você só me usa para apoiar suas xícaras de café
Eu estou esperando você me jogar pela janela
Minhas teclas farão barulho quando eu estraçalhar no chão
Até lá eu permaneço muda, sem cor e sem moção








domingo, 24 de julho de 2016

Casa

De volta ao inferno
As coisas boas flutuam como cinza
A liberdade é efêmera, querer fugir é eterno
Agora me encontro presa por paredes rachadas.

O som morno de vozes diferentes transformam-se em gritos conhecidos
O ar leve e fresco foi trocado por flechas que cortam meu rosto
O céu tão límpido está coberto por um véu acinzentado
Meus risos tão felizes são lamentos agora.

Se eu pudesse eu correria daqui para não mais voltar
Mas tenho um cordão umbilical de elástico
Que me puxa de volta para o chão
Toda a vez que eu voo alto

Fardo?
Eu espero o dia
Contando as horas
Para poder não voltar