quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Quebrada

Um coração desesperado, vítima tão fácil.
Sentada, jogada, o cheiro da solidão.
A vida passava e não se era notada.

Só queria pegar a cabeça e socá-la contra a parede até não lembrar mais porquê.
Travada na não-ação.
Queria sentir que ainda era viva.

A última inspiração antes de pular.
Piscou os olhos lentamente.
E

Um passo para o infinito.

A cidade na noite.
Tão barulhenta que é silenciosa.

As fumaças fétidas de cigarros,
Eram empurradas pela chuva,
Que esfriava alguém que não era.

E ninguém vai notar enquanto seus copos estiverem cheios de álcool.
Ignorantes e narcisistas.
Um quarto feito de espelhos, deem para eles.

Não conseguia enxergar o porquê.
Andava sozinha e com medo.

Desejava voltar para casa.
Em casa só pensava na rua.
Um rato na gaiola.

Talvez a hora de dizer adeus estivesse chegando.
Pedia para não ter que decidir.
Talvez restasse um pouco de resto nela.

Não seria assim num mundo perfeito.