Seus pulmões pegavam poeira
Em cima da estante
Os olhos congelados
Numa jarra suja
Os ossos estavam agora sendo arrancados
Mas continuava inexpressiva
Uma expressão perdida
Num rosto seco, esquecível
O cheiro do corpo apodrecendo
Perfurando aqueles que a observavam
Seus olhos gritavam
Horrorizados e imbecis
O medo, o solo, o sol, o pai
Não há o que tatear
Somos uma imensidão de vácuo
A pele se fez farelo
Que o tempo varreu
Ninguém dela mais se lembrou
E tudo o que usávamos
Para nos definir
Foi aniquilado pelo futuro imediato
Como se nunca estivesse existido
Esvaiu-se
Como se nunca estivesse aqui
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