Sou apenas um corpo numa cadeira de balanço.
Eu só questiono minha presença.
Totalmente inútil.
Com a cabeça mergulhada em algo espesso e escuro.
Vestida em negro.
A luz azul da lua.
E o cheiro de derrota.
Não somos quem queríamos ser.
Eu ouço a solidão.
Como quem ouve os espírito de madrugada.
Houve o tempo.
Hoje me desintegro no esquecimento.
Por que quem será ela amanhã?
A vida engole as memórias
E delas se faz a espada.
Ninguém pode ver através desse véu.
Que tudo é gelado.
E assim se mantém as ovelhas.
Será mais fácil aceitar a morte.
Por favor, fique mais cinco minutos.
Porque essa minha alma velha sabe que não verá o amanhã.
E alguém nascerá pra me suprir.
Mas você é toda a testemunha da minha existência.
Só você me viu assim.
Só você é o meu segredo.
E deixe tudo arder em fogo.
Que essa era seja apagada pela dor.
Por causa do orgulho nós pagaremos
E que sobre apenas você e eu.
Com a alma de quem ainda canta.
E vamos nos eternizar pela última vez.
E logo nos esvaiamos.
E nossa energia caminhará pelo vácuo.
E criará coisas que nem saberão de nós.
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